terça-feira, 7 de abril de 2009

sistemática!!!

A sistemática é a ciência dedicada a inventariar e descrever a biodiversidade e compreender as relações filogenéticas entre os organismos. Inclui a taxonomia (ciência da descoberta, descrição e classificação das espécies e grupo de espécies, com suas normas e princípios) e também a filogenia (relações evolutivas entre os organismos). Em geral, diz-se que compreende a classificação dos diversos organismos vivos. Em biologia, os sistematas são os cientistas que classificam as espécies em outros táxons a fim de definir o modo como eles se relacionam evolutivamente.
O objetivo da classificação dos seres vivos, chamada taxonomia, foi inicialmente o de organizar as plantas e animais conhecidos em categorias que pudessem ser referidas. Posteriormente a classificação passou a respeitar as relações evolutivas entre organismos, organização mais natural do que a baseada apenas em características externas. Para isso se utilizam também características ecológicas, fisiológicas, e todas as outras que estiverem disponíveis para os táxons em questão. É a esse conjunto de investigações a respeito dos táxons que se dá o nome de Sistemática. Nos últimos anos têm sido tentadas classificações baseadas na semelhança entre genomas, com grandes avanços em algumas áreas, especialmente quando se juntam a essas informações aquelas oriundas dos outros campos da Biologia.
A classificação dos seres vivos é parte da sistemática, ciência que estuda as relações entre organismos, e que inclui a coleta, preservação e estudo de espécimes, e a análise dos dados vindos de várias áreas de pesquisa biológica. Nomenclatura é a atribuição de nomes (nome científico) a organismos e às categorias nas quais são classificados.
O nome científico é aceito em todas as línguas, e cada nome aplica-se apenas a uma espécie.
Há duas organizações internacionais que determinam as regras de nomenclatura, uma para zoologia e outra para botânica. Segundo as regras, o primeiro nome publicado (a partir do trabalho de Lineu) é o correcto, a menos que a espécie seja reclassificada, por exemplo em outro género. A reclassificação tem ocorrido com certa freqüência desde o século XX. O Código Internacional de Nomenclatura Zoológica preconiza que neste caso mantém-se a referência a quem primeiro descreveu a espécie, com o ano da descrição, entre parênteses, e não inclui o nome de quem reclassificou. Esta norma internacional decorre, entre outras coisas, do fato de ser ainda nova a abordagem genética da taxonomia, sujeita a revisão devido a novas pesquisas científicas, ou simplesmente a definição de novos parâmetros para a delimitação de um táxon, que podem ser morfológicos, ecológicos, comportamentais etc.

história

O primeiro sistema de classificação foi o de Aristóteles no século IV a.C., que ordenou os animais pelo tipo de reprodução e por terem ou não sangue vermelho. O seu discípulo Teofrasto classificou as plantas por seu uso e forma de cultivo.
Nos séculos XVII e XVIII os botânicos e zoólogos começaram a delinear o actual sistema de categorias, ainda baseados em características anatômicas superficiais. No entanto, como a ancestralidade comum pode ser a causa de tais semelhanças, este sistema demonstrou aproximar-se da natureza, e continua sendo a base da classificação actual. Lineu fez o primeiro trabalho extenso de categorização, em 1758, criando a hierarquia actual.
A partir de Darwin a evolução passou a ser considerada como paradigma central da Biologia, e com isso evidências da paleontologia sobre formas ancestrais, e da embriologia sobre semelhanças nos primeiros estágios de vida. No século XX, a genética e a fisiologia tornaram-se importantes na classificação, como o uso recente da genética molecular na comparação de códigos genéticos. Programas de computador específicos são usados na análise matemática dos dados.
Em fevereiro de 2005 Edward Osborne Wilson, professor aposentado da Universidade de Harvard, onde cunhou o termo biodiversidade e participou da fundação da sociobiologia, ao defender um "projeto genoma" da biodiversidade da Terra, propôs a criação de uma base de dados digital com fotos detalhadas de todas a espécies vivas e a finalização do projeto Árvore da vida. Em contraposição a uma sistemática baseada na biologia celular e molecular, Wilson vê a necessidade da sistemática descritiva para preservar a biodiversidade.
Do ponto de vista econômico, defendem Wilson, Peter Raven e Dan Brooks, a sistemática pode trazer conhecimentos úteis na biotecnologia, e na contenção de doenças emergentes. Mais da metade das espécies do planeta é parasita, e a maioria delas ainda é desconhecida.

reinos

Tradicionalmente os seres vivos eram divididos em dois reinos: Plantas e Animais. Como muitos seres simples não cabem nesta divisão, em 1866 Ernst Heinrich Haeckel propôs a categoria Protista, incluindo algas, fungos, protozoários e bactérias, No século XX a classificação mais aceita passou a ter cinco reinos: Protista (protozoários e algumas algas), Monera (bactérias procariontes, e cianobactérias ou algas azuis), Fungi, Plantæ e Animalia.
Recentemente a análise genética levou a propor o grupo Archaea para as Archaebactérias, e mais dois grupos: as outras bactérias e os eucariontes (organismos que têm núcleo celular: fungos, plantas e animais).
No entanto, estudos recentes (Cavalier-Smith 1998, 2004) passaram a aceitar o sistema de seis reinos (Bacteria, Protista, Animalia, Fungi, Plantae e Chromista). O reino Chromista engloba alguns grupos de algas como as Phaeophyta, Chrysophyta e Bacillariophyta (Diatomáceas) que possuem cloroplasto com 4 membranas, localizado no lumem do retículo endoplasmático rugoso e originado de uma simbiose secundária.
Considerando-se os organismos fotossintetizantes envolvidos nesta nova divisão dos reinos, uma das principais características definidoras das linhagens evolutivas é justamente a origem do cloroplasto:
Cianobactérias: Sem cloroplasto, pigmento difuso no citoplasma
Plantas: Simbiose primária (Protista + cianobactéria), cloroplasto com duas membranas.
Protistas (Euglenas e Dinoflagelados): Simbiose secundária ou terciária (Protista + planta), cloroplasto com 3 membranas
Cromistas: Simbiose secundária (Protista + Planta), cloroplasto com 4 membranas.

Karl von Linné

Karl Linné nasceu em uma família pobre em 23 de maio de 1707. Sua família vivia em Rashult, no sul da província de Smaland na Suécia. Seu pai era um pastor Luterano chamado Nils, gostava de cultivar plantas. O jovem Lineu cresceu no meio de flores e plantas, dessa forma pode se familiarizar com elas e aprender seus nomes. Com nove anos de idade ele ingressou na escola e aos dezessete iniciou o segundo grau, cuja finalidade era preparar os estudantes para o estudo religioso. O jovem por sua vez mostrou um grande talento para a ciência. Isso chamou a atenção do médico e professor Rothaman que se ofereceu para orientar nos estudo da botânica. Naquela época a botânica era uma ciência pouco estuda, mesmo nas universidade, sendo uma espécie de sub-área da medicina. Assim Lineu optou por cursar medicina, sendo orientado pelo Dr. Rothman, com que aprendeu o sistema de classificação vegetal vigente na época, o Tournefort (1656-1708) e as idéias sobre a sexualidade das plantas, que na época geravam muita polemica.
Com vinte e um anos Lineu entrou para a Universidade de Lund e por intermédio de um amigo conseguiu alugar um aposento na residência do Dr. Kilian Stobaeus. Lineu fez amizade com o secretário do Dr. Stobaeus, chamado Koulas, em troca de orientação em filosofia ele permitia que Lineu utilizasse a biblioteca. Um certo dia o Dr. Kilian surpreendeu-o usando sua biblioteca e após ouvir suas explicações permitiu que ele além de usar a biblioteca também assistisse suas aulas e fizesse suas refeições com ele, sem custo algum.


Afim de buscar uma biblioteca mais completa e usar o Jardim Botânico Lineu transferiu-se para a Universidade de Uppsala. Em Uppsala ele conheceu Olof Celsius, um professor de Teologia e um sábio que estudava botânica, que impressionado com o talento do jovem acabou por lhe oferecer pousada e refeições em sua casa. Olof Rudbeck leu uma tese que Lineu havia dado de presente de Ano Novo ao Prof. Celsius chamada "Introdução às núpcias florais", bastante impressionado Rudbeck ofereceu-lhe pousada e refeições. Rudbeck precisava de tempo para suas obras e deixou Lineu substitui-lo como professor nas aulas de botânica. Sua experiência em Uppsala fez com que Lineu começasse a questionar o sistema de classificação de Tournefort, assim ele começou a arranjar as plantas em seu próprio sistema. Dessa forma começava a surgir o sistema de classificação de Lineu. Ele evolui nos anos de 1730 e 1731, sendo fundamentado no número de estames e de pistilos da flor. Nesse periodo ele criou diversas obras como: Biblioteca Botânica, Classes das Plantas, Crítica Botânica e Gênero das Plantas. Com a volta do provável sucessor de Rudbeck, Nils Rosén, criou-se uma forte aversão contra sua presença. Lineu então afastou-se temporariamente de Uppsala, vianjando para Falum, lá ele conheceu e noivou a filha de um médico famoso na localidade.Lineu desenvolveu uma grande vontade de conhecer a Lapônia motivado por sua flora e fauna característica além das referencias feitas por Olaf Rudbeck que já havia visitado a região. Por meio de uma verba conseguida na Sociedade Real de Ciência ele pode fazer a viajem. Por cinco meses ele viajou, sem mapas, a cavalo ou a pé, e sem conhecer a língua dos lapões. Ele estudou a flora, fauna e o povo da Lâponia. Como resultado dessa viajem ele publicou a "A Flora Lapônica" e seu diário de viagem "Lanchesis Laponica".

Viajando para a Holanda ele conhece o botânico Johanes Burman em Amsterdã, eles rumaram para Harderwijk. Lá ele em uma semana ele passou no exame e defender seu trabalho final do curso de medicina. Um nova hipótese explicativa para febre intermitente. Assim com vinte e oito anos de idade Lineu tornou-se médico. Ele então seguiu para Amsterdã e depois para Leinden onde o conheceu o botânico Johan Gronovius que ficou impressionado com seu trabalho "Sistema da Natureza", e juntamente com o médico escocês Lawson ofereceram-se para patrocinar a publicação deste trabalho. Lineu reencontrou-se com Burman e aceitou ajuda-lo numa obra botânica, e através dele conheceu George Clifford, um rico comerciante. Lineu foi convidado e aceitou ser médico pessoal e trabalhar no Jardim de Clifford, lá ele passou dois anos, onde tinha refeições, acomodações, um jardim para trabalha, bom salário e uma biblioteca completa. Durante seus três anos na Holanda ele publicou quatorze trabalhos entre eles Horto de Clifford, que descsrevia todas as plantas do jardim de Clifford além daquelas em exsicatas. Ainda nesse período ele viajou para Oxford e conheceu o botânico Dillenius, a qual acabou por dedicar sua obra Crítica Botânica em 1737. Com uma generosa recompensa financeira pelo seu trabalho e apresado por notícias de que um amigo estava cortejando sua noiva Lineu volta à Suécia. Contudo ele decide viajar pela França onde conheceu os famosos botânicos irmãos Jussieu, Antonio, Bernardo e José. Ele conheceu o Herbário Tournefort e Jussieu, a biblioteca botânica e a Academia de Ciência, a qual tornou-se membro correspondente. Recusando gentilmente tornar-se membro da Academia, um bom salário e nacionalidade francesa, Lineu deixou a França.Para se casar Lineu foi para Estocolmo, onde foi trabalhar como médico, sendo um jovem médico, sem clientes viveu na pobreza durante algum tempo. Lineu então começou a procurar pacientes em lugares públicos, e conheceu um jovem que sofria de gonorréia, e que mesmo tratado durante um ano os médicos não conseguiram curar. Lineu curou-o em duas semanas, depois outras pessoas foram curadas de outras doenças e seu consultório vivia cheio de pacientes. Lineu conheceu e foi convidado pelo Conde C. G. Tessin a morar em sua residência e através dele foi nomeado médico da marinha. Em 1739 Lineu era um dos cinco cientistas que fundaram a Academia de Ciências Sueca, e foi eleito seu primeiro presidente. Nesse mesmo ano ele se casou com Sara Elisabeth Moraea e em 1741 nasceu seu primeiro filho. Mesmo bem sucedido na profissão de medico Lineu desejava tornar-se Professor na Universidade de Uppsala, onde poderia pesquisar e ensinar. Ele acabou por ser indicado para professor e em carta a Jussieu disse: "Pela Graça de Deus, livrei-me dos infortúnios da prática médica em Estocolmo. Obtive o emprego que tanto desejava." Em Uppsala Lineu ensinava Botânica, Dietética, Matérias Médicas, além de ser responsável pelo Jardim Botânico, que foi considerado o mais importante da Europa. Medalhas, honrarias monárquicas com posição e título, filiações a sociedades, condecoração com A Ordem da Estrela Polar, com o título de Cavalheiro, além do seu enobrecimento em 1762 tomando o nome de Carlos de Lineu. Lineu é reconhecido como o mais eminente Professor que a Universidade de Uppsala já teve. Em 1745 Flora Sueca foi publicado, e logo no ano seguinte a sua Fauna Sueca. Em 1751 ele publica Filosofia Botânica. Em 1753 ele publica Espécies Vegetais, com 6.000 espécies descritas, que foi considerado por ele como sua obra-prima e que foi adotado pelo Congresso Internacional de Botânica de 1905 ocorrido em Viena, como o ponto inicial para a nomenclatura das plantas superiores. A sexualidade vegetal vista no Sistema de Classificação Sexual dos Vegetais foi duramente criticado pelo Prof. J. C. Siegesbeck, de Sto. Petersburg. Ele dizia: "Jamais acreditaria que o Todo-Poderoso criaria tal confusão, ou seja, tal vergonhosa prostituição, como responsável pela reprodução vegetal." Em 1759 a Academia de Ciências de Sto. Petersburg ofereceu prêmio para um trabalho que confirmasse ou refutasse a teoria do sexo vegetal, incluindo experimentos e novos argumentos. Lineu escreveu a maioria de suas obras em Latim, assim permitiu que numerosos leitores tivessem acesso a suas obras. Sua posição social e financeira melhorou muito desde sua filiação à Uppsala. Teve seis filhos, comprou uma casa de campo: Hammarby, que de algum modo lembrava-lhe a vida na propriedade de George Clifford. Sua saúde começou a declinar em 1763 e ele faleceu em 10 de Janeiro de 1778, com 70 anos de idade e foi sepultado na Catedral de Uppsala.